quinta-feira, 16 de junho de 2011

ARCHIMEDES DE CASTRO FARIA

um poeta denuncia a indiferença do poder

"Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria! Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho e novilhos de seu gado; os que cantam ao som das harpas ou, como Davi, dedilham instrumentos musicais; os que bebem vinho em taças e se perfumam com os mais finos unguentos e não se preocupam com a ruína de José."
Profeta Amós.


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Foto - Cirilo de Castro Faria
Veja nos versos abaixo como a denúncia de Amós,  transmuda-se , na linguagem de um mestre da poesia e ganha força, graça, impacto e atualidade.



"A cada instante, pois, em todo mundo
Há alegres e tristes criaturas,
Que de tristes e alegres ocorrências
Vive o mundo em suas estruturas.

Os tipos de poder mais absurdos,
Honrarias e luxos requintados
-Eis um lado da vida, enquanto outro
Abriga milhões de desgraçados"



Da obra póstuma de Archimedes de Castro Faria, " NA TERRA DOS HOMENS", Design Editora, 2010.

O poeta Nasceu em Campos, RJ em 1910. Viveu em Laguna, meio século, de 1947 até 1997, ano de sua morte.
Autoditada, com apenas o curso primário, dominava a língua portuguesa e a gramática como um mestre, além de um vasto conhecimento sopbre poesia. Não conseguia esconder uma predileção entusiasmada pelo "Poeta dos Escravos" Antônio de Castro Alves.

 postagem e notas Márcio José Rodrigues.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom Dia Doutor ..aqui em seu blog adquirimos conhecimentos de pessoa de épocas que talvez nem tinhamos nascido.
Ficamos por dentro dos lagunenses e lagunistas que por aqui passaram

Parabéns pelo seu blog.
Tenho orgulho de fazer parte.
Abração

Maria de Lourdes Castro

Anônimo disse...

Prezado Poeta,

Bela e oportuna homenagem à figura impar do seu Archimedes, um apaixonado por Laguna, que além da cultura, talento, integridade e consciente cidadania, culminou sua passaem por esse mundo povoando-o com gente da melhor espécie que são os seus filhos: Natércia, Antônio Joaquim, Péricles, Cirilo, Marília, Archimedes filho, Rita e a caçulinha, cujo nome me foge talvez porque em relação a mim já quase pertença a outra geração, e por eles netos bisnetos etc... Para mim entretanto essa veia poética daquele senhor tão comedido quanto admirável, me era desconhecida até receber do Tuca o convite para o lançamento post-mortem da obra poética de seu pai. Parabéns por tua iniciativa em homenageá-lo. Valeu, cara!
Um abraço do João Jerônimo