sábado, 28 de abril de 2012

LAGUNIDADE - DE BOTOS, CRIANÇAS E COCÔ

Boto nos molhes da Barra - Foto Ronaldo Amboni
por márcio josé rodrigues


Confesso que não sei por que estamos aceitando viver dentro de uma lixeira.
Não falo dos mendigos e dos cães abandonados.
Falo de todos nós, gente que se acha etecetera e tal, doutores e professores, senhores e senhoras, diretores, governantes, comerciantes e comerciários, artistas, escritores, vereadores e eleitores, enfim,  nós.

Nossa cidade já está há muito tempo transformada em uma grande lixeira e fossa cloacal da região sul, recebendo diretamente no útero materno, o sistema lacustre, todos os dejetos carreados pelos rios, principalmente o Tubarão e o d’Una.
Do primeiro, calados, somos obrigados a receber todas as fezes dos nossos vizinhos mais abastados, aluvião acelerada depois da desastrada retificação daquele curso d’água que coleava em suas curvas fertilizadoras por milhares de séculos.
O fato é que a retificação do Rio Tubarão, projeto executado assim por sair mais barato, não levou em consideração o transporte mais agressivo de venenos e agentes poluidores, que antes ficavam retidos nas curvas do curso do rio.
Do Rio d’Una, também, os venenos aplicados na orizicultura.

Das suas lavouras e indústrias, recebemos agrotóxicos, íons de metais pesados contaminantes de toda a cadeia alimentar, provocando-lhe doenças e deformações, que atingem a população humana que não sabe entender porque tanto câncer, tantos linfomas, alergias e intoxicações.

Alguém mais acomodado pode dizer:
- Desta vez o Márcio exagerou!
Mas, como posso calar a boca, se já são os meus netos que estão neste ciclo de podridão?
Se não aguento mais ficar de boca calada e ainda me orgulho de minha cidade?

Talvez nós já nos tenhamos acomodado com o mau cheiro da Laguna, com o lixo depositado na porta das lojas. Acostumamos o nariz, a visão e o paladar e não nos importamos mais em receber visitas em nossa casa suja?
Talvez ninguém mais se importe em comer camarões e peixes doentes, contaminados de mercúrio, arsênico, cádmio, cromo, chumbo, e defensivos agrícolas, nem com a morte dos botos nem com as crianças destinadas a uma vida sem saúde, nas filas de assistência médica.

Será que já nos acostumamos a viver assim e nem sentimos mais?

Agora que nosso prefeito, o Professor Célio Antônio foi eleito presidente da  AMUREL, ( Associação dos municípios da região da Laguna), cabe-me respeitosamente pedir-lhe que dê um soco na mesa das reuniões e grite por uma tomada de posição corajosa , que exija a punição dos municípios e das empresas, industriais ou agropecuárias infratoras do convívio ecologicamente correto.
O cargo lhe proporciona uma grande projeção e destaque, mas também lhe coloca um fardo nas costas.
Talvez o senhor precise dizer:
- Querem ser nossos vizinhos?
Então não joguem lixo em nosso terreiro!




terça-feira, 24 de abril de 2012

A BORDO DE UMA NAU PORTUGUESA

 
A BORDO DE UMA NAU PORTUGUESA NO ACHAMENTO DO BRASIL
texto e postagem por márcio josé rodrigues

A aventura pelo mar oceano em uma caravela portuguesa do séc. XVI, como uma daquelas aportaram no Brasil a 22 de abril de 1500, era mais que isso, uma arriscada em que à vida não era dada a menor garantia. Com 13 navios e uma tripulação de 1500 homens entre os quais uma média de 150 crianças, lançava-se ao destino incerto “por mares nunca dantes navegados”. Grande parte deles jamais retornaria do mar.

Entre alguns capitães saídos da nobreza e nenhum conhecimento de marinharia, mas assessorados  por navegadores experientes e capazes, havia uma massa de tripulantes sem nenhum preparo, caçados à força nas ruas entre vagabundos e criminosos.

Crianças eram alistadas por seus pais, que ficavam com seu soldo adiantadamente.
Serviam nos navios como grumetes, nos trabalhos mais sujos, recolhendo excrementos, consertando o velame, bem como, serviços gerais a bordo. Não raro eram violentados nos porões.
 A nau capitânia de Cabral, que muitos acreditam ter sido a famosa “São Gabriel” usada por Vasco da Gama no caminho marítimo para as índias, levava uma tripulação de 200 homens, amontoados e mal alojados entre as cargas, armamentos e animais vivos.

A comida de bordo era baseada em bolachas acondicionadas em barricas, por meses, endurecidas e mofadas, substituindo o pão. Além disso, havia muito toucinho de porco, embutidos defumados, presunto, carne salgada, bacalhau, barricas de sardinha em salmoura, azeitonas, arroz, grão de bico,  damascos, uvas passas, figos secos, avelãs e nozes,queijo, vinho tinto, cabritos, carneiros e galinhas vivos, além de pimenta, louro, cebola e alho.

A água potável era um dos problemas mais delicados e o consumo era tão racionado, que não se podia tomar banho, nem lavar roupas e mesmo a cozinha usava água do mar. Do mais alto escalão ao mais baixo posto, a ração de água diária era rigorosamente igual para todos.

Adoeciam muitos e morriam a bordo.
As principais causas eram nutricionais, por carência de vitaminas C e complexo B.
A falta de vitamina C produzia o Escorbuto, doenças que iniciava pela inflamação das gengivas até o seu apodrecimento, com dores insuportáveis e queda dos dentes. Estendia pela pele e mucosas da boca e garganta e levava à morte, dizimando as tripulações.
A carência de vitamina B causava o Beribéri, doença neurológica, que produzia extrema fraqueza, inapetência, desnutrição e também era fatal.
Muitos também eram atacados por depressão.

Vivia-se em ambiente de umidade constante, sujo, malcheiroso e o trabalho duro começava com o nascer do sol e só terminava com o anoitecer, além daquele extra, quando se tiravam turnos de plantão.

Na ocasião do “Achamento do Brasil” , no domingo de Páscoa, depois da celebração da primeira missa, Cabral reuniu todos os capitães no castelo de popa de sua nau e ofereceu um "jantar" ao meio dia composto de vinho, água fresca, salada de palmito,caldo de galinha, arroz com galinha, frutas secas, embutidos, azeitonas, peixe frito, frutas cristalizadas e marmelada.

Acredito que a s tripulações também tenham tido seu dia de banquete e devem ter tirado a barriga da miséria.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

TIRADENTES, ANITA E A DERRAMA

 TEXTO E POSTAGEM MARCIO JOSÉ RODRIGUES

No próximo dia 30 de abril, os brasileiros deverão estar em dia com suas declarações do Imposto de Renda, pagando seus tributos ao Rei Leão.

Na Vila Rica da Inconfidência Mineira do Alferes Joaquim José da Silva Xavier,  o leão português exigia, em 1782,  nada menos que 768 arrobas de ouro em impostos atrasados, dando poderes inclusive ao governo local de aprisionar os devedores.
Em cotação  do ouro, hoje, a quantia equivaleria a UM BILHÃO E DUZENTOS MILHÕES DE REAIS, nada comparável ao trilhão dos impostos atuais, mas certamente, proporcional às populações comparadas nas duas épocas.

Aquele acontecimento passou a ser chama do de “A DERRAMA” que serviu de estopim para uma revolta abafada por uma traição, a conhecida “INCONFIDÊNCIA MINEIRA”, um grito das Minas Gerais pela independência republicana da colônia portuguesa do Brasil.

A reação real não foi nada piedosa, mas bem nos conformes dos dias de hoje: o traidor foi premiado, os homens do bem presos e degredados e, como apoteose, um fato que conhecemos, o enforcamento do Herói da Inconfidência, o Tiradentes, no Rio de Janeiro, a 21 de abril, um sábado como o de hoje, em 1789.

Em 1835, quase pelos mesmos argumentos eclodiu a Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul, um brado contra o abandono do governo central à província e o aumento de impostos imperiais sobre seu principal produto econômico, o charque.
 A revolução estendeu-se até Laguna, e a fez capital da efêmera República Juliana, evidenciando a figura feminina de ANITA GARIBALDI, a “Heroina de dois Mundos”.

Ligar esses dois fatos históricos aos dias atuais não é mera coincidência.
O povo clama abandonado pelo governo federal, na segurança, saúde, educação, salários, aposentadorias desleais com quem tanto trabalhou e contribuiu.
O mar da corrupção liberada pela justiça, impunidade, proteção e premiação a criminosos, leis subversivas aos costumes cristãos da população brasileira, ruge como uma fera enclausurada, de dor e de revolta.
Ao mesmo tempo são abandonados os hospitais, as estradas, as escolas, os salários dos professores, dos médicos, enfermeiros, policiais, bombeiros, num contraste exorbitante com os queridos da república, políticos, assessores, gente inútil ligada aos mais altos escalões.

TIRADENTES E ANITA GARIBALDE ESTÃO INSCRITOS NO LIVRO DO PANTEÃO DOS HERÓIS DA PÁTRIA.

PS: Nós os Cirurgiões Dentistas, profissionais liberais dedicados à saúde e à estética buco-maxilo-facial, reverenciamos o TIRADENTES como nosso patrono, pela arte dental exercida em seu tempo.




quinta-feira, 19 de abril de 2012

REVEZES


DIA DO INDIO - 19 de abril

O ULTTIMO TAMOIO - Rodolfo Amoedo 1883


Esta data foi, no Brasil, determinada por decreto do Presidente Getúlio Vargas em 1943, como o dia 19 de abril.
Em 1940 houvera, na cidade do México, o 1º CONGRESSO INDIGENISTA INTERAMERICANO. A data de 19 de abril marcou o dia em que representantes indígenas resolveram comparecer, posto que, amedrontados e desconfiados com as atitudes históricas dos brancos, em suas lembranças só registravam expulsões, mortes, massacres e invasões.

Na história americana em geral, a chegada de Cristóvão Colombo e dos conquistadores espanhóis (Francisco Pizarro, Hernán Cortez) representou o genocídio, o desaparecimento de várias raças e o esmagamento de várias culturas, mais notoriamente os incas.
Infelizmente, no Brasil, também não foi diferente pata tupis, guaranis, tamoios, tupinambás.
Crianças Guaranis - imagem Google
Em santa Catarina, a ocupação do sul e a colonização portuguesa, bem como a italiana e alemã, não trazem nada de glorioso para os nossos ancestrais, uma vez que os povos indígenas não foram poupados na expulsão e destruição em massa de suas aldeias.
Em nossa região de Embiaçá (Laguna) aproximadamente 250.000 carijós foram exterminados no processo de caça ao índio para a escravidão nas fazendas de São Vicente e São Paulo.

Quem conhecer a religião dos nossos guaranis ficará surpreso com sua noção de Deus, Nhanderu-ête, pai criador, por cuja palavra tudo foi criado do nada, tradição de mais de cinco mil anos, difundida pelo povo tupi, um pouco anterior à Bíblia.
Saberá de uma terra que espera os bons a pós a morte, a “terra do sem mal”, do dilúvio, da extinção dos dinossauros.

Sua cultura resgatou para nós, grande parte de segredos medicinais, culinária, produtos agrícolas, como o milho e a mandioca, legados tão importantes à nossa sobrevivência.

A partir de hoje, quem sabe, possamos olhar com mais respeito para a questão do índio brasileiro e dos nossos guaranis e xoklengs sentados nas calçadas vendendo seus esmerados adereços e contemplados na maior pobreza.

texto e postagem márcio josé rodrigues

quarta-feira, 18 de abril de 2012

DIA DO AMIGO




18 DE ABRIL
DIA BRASILEIRO DO AMIGO
UM AMIGO É PARA SEMPRE
Posted by Picasa

CHORANDO BAIXINHO




PAULO MOURA & IAMANDU COSTA

PARA ENCANTAR-SE E  RELAXAR
TENHA UNS MOMENTOS DE PAZ


LAGUNIDADE - TRABALHANDO PELA PONTE



Ponte velha da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina  em Cabeçuda, Laguna, Brasil construída por ingleses em 1882.
 Ela tem o comprimento de 1480 m e não utilizou aterros para economizar material.
Foto Ronaldo Amboni.
CONVOCANDO NOSSOS REPRESENTANTES FEDERAIS
                                                texto e postagem por Márcio José Rodrigues

LAGUNIDADE convida o povo de Laguna a lutar por esta causa.
Antes de partirmos para atitudes incendiadas, radicais, algumas delas com aspectos de pura demagogia, podemos tentar o CASO DA PONTE DA CABEÇUDA com mais racionalidade.


Interditar a ponte da Cabeçuda?

Pressionar, paralisando o trânsito e correr o risco de danos irreparáveis a terceiros, pessoas inocentes, ambulâncias, caminhoneiros  que ainda pagam as prestações de seus veículos, gente a caminho de médicos e  hospitais?


Está na hora de procurarmos os políticos em quem nós votamos, independentemente de sua situação ou filiação partidária.

Foto Google
Da minha parte vou procurar o Senador Luiz Henrique da Silveira e sugerir-lhe uma reunião com todos os deputados e senadores da bancada catarinense, sem distinção de partidos, a fim de pressionar o DNIT a uma tomada de posição definitiva. 
Se for possível, até com a bancada do Rio Grande do Sul.


É só uma ideia, mas que pode dar certo, pois tudo o que se constrói, nasce primeiro da ideia.
Por que esse senador? 
Porque ele conhece Laguna e já deu provas de estima a esta comunidade, além de estar consciente da importância dessa ponte e da estrada BR 101.

Não vou estar me humilhando, pois talvez seja uma das poucas vezes em que alguém não vai pedir exclusivamente emprego ou dinheiro.
Estarei apenas exercendo meu direito de cidadão e cobrando uma atitude das autoridades a quem elegemos com nossos votos pingados um a um.

Vou seguir em frente.
Acredito ainda em pessoas de bem.
Só não vou ficar parado lamentando, “sentado à beira do caminho".

segunda-feira, 16 de abril de 2012

LAGUNIDADE - PONTE DA CABEÇUDA


 Decisões tão intempestivas quanto inexplicáveis partindo do General JORGE FRAXE Diretor nacional do DNIT, são extremante prejudiciais à concretização da BR 101 aqui no sul de Santa Catarina. 


General Jorge Fraxe

Empresas abandonam os canteiros de obras, dispensam funcionários, recolhem equipamentos e desfazem contratos.


A bancada federal de santa Catarina, bem que poderia pressionar o poder executivo e fazer o DNIT repensar a atitude.

A morosidade das obras num trecho tão pequeno entre Laguna e Tubarão é um desafio à paciência do mais pacato cidadão.
Espaço totalmente plano, aberto, largo e de apenas 24km de extensão consome a maior parte do tempo de uma viagem Porto Alegre Florianópolis, que chega a retardar até 3 horas.


Para os cofres públicos, o que se gasta com as gambiarras provisórias de desvios e retrocessos, já deve ter ultrapassado muito mais que o custo da obra.


Além de prejuízos materiais aos veículos, principalmente os pesados , a rodovia é uma matadora contumaz, ceifadora de vidas preciosas que não aparecem em planilhas financeiras da república.


Agora, nova bomba saída da lavra do general.


Suspensão da licitação e descontinuidade da construção da ponte sobra as Lagoas Imaruí e Santo Antônio entre as localidades de Cabeçuda e Laranjeiras.
Na verdade, a ponte é entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre o Brasil e Mercosul.
Esta obra é de todo especial, posto que, estaiada, não oferece risco ecológico para o meio ambiente lacustre, deixando livre o fluxo das marés.
Qualquer projeto que utilize aterros deve ser veemente rechaçado.


Lagunenses, o preço da liberdade é a eterna vigilância.

PROJETO DA NOVA PONTE DE ACORDO COM A ECOLOGIA DO SISTEMA LACUSTRE.

OBSERVE O AÇOREAMENTO DAS LAGOAS COM O ATERRO DA ATUAL PONTE. O FLUXO DAS ÁGUAS FOI ESTRANGULADO, O QUE ESTÁ MATANDO AS LAGOAS IMARUÍ E MIRIM.

domingo, 15 de abril de 2012

XRISTOS ANÉSTI




COMUNIDADE GREGA DE LAGUNA FESTEJA A PÁSCOA
                                 NESTE DOMINGO - 15 DE ABRIL DE 2012.

A explicação para esta data está na observância pela Igreja Grega Ortodoxa ao calendário Juliano promulgado pelo imperador romano Caio Júlio Cesar no a ano 46 antes de Cristo.
Para a Igreja Católica Romana observa-se o calendário Gregoriano, instruído no ano 1582 pelo Papa Gregório XIII.



Os gregos costumam dar grande valor à quaresma e à Pascoa.
A ressurreição de Cristo é comemorada numa explosão de regozijo e devoção.
Com a proclamação de XRISTOS ANÉSTI (Cristo Ressuscitou) explodem em grande alegria, numa liturgia rica em simbologia pascal dentro e fora do templo. Conta-se que quase explodem a igreja com tantos fogos de artifício.

Amandia e Izabela

Ente os símbolos de sua Páscoa estão os ovos tingidos de vermelho, que representam a vida e o sangue de Cristo e o saborosíssimo pão da páscoa, o “Tsoureki”. As comemorações não se reportam a presentes materiais, mas a festas e com muita carne e carneiro, vinho, alegria e dança.



KALO PASCA

FELIZ PÁSCOA










Epistatios e Soumela Anastasiadis - foto cedida por Jorge Anastasiadis
Jorge, Georgios, Mariza e Téo.

Maurício,Nia (com Lorena ao colo), Karen, Damianos, Bárbara e crianças.

sábado, 14 de abril de 2012

TAÍS SILVEIRA - O LAMENTO DE UMA CIDADE MAIS TRISTE.

TAÍS SILVEIRA - foto de seu perfil no Facebook.

Estamos de Luto.
Na tardinha desta sexta-feira,  13 de abril, por volta de 18,45 h, um acidente com uma pequena motoneta Bizz roubou a vida preciosa de uma linda jovem de apenas 17 anos, estudante, trabalhadora, uma promessa.


Taís e sua irmã trafegavam pela Avenida João Pinho na Praia do Mar Grosso, Laguna, quando tiveram a frente cortada por um automóvel que tentava acessar uma transversal.


O impacto foi frontal.
As duas meninas arremessadas no asfalto, sofreram fraturas e outros traumatismos.


Taís, infelizmente, veio a falecer em seguida no Hospital Senhor Bom Jesus dos Passos, enquanto  Dayane está internada e inspira cuidados.


Enquanto esta inocente vítima ascende à eternidade, sua lembrança passa a brilhar como uma chama votiva, ecoar como grito de lamento por outras passadas e futuras vítimas desta esquina fatídica. 
Um grito, sim, de pedido de socorro às autoridades para que tomem providências racionais e urgentes afim de evitar esses acidentes desnecessários, dolorosos, absurdos.


Nosso profundo sentimento de união à dor da família Silveira.




Texto e postagem Márcio José Rodrigues

sexta-feira, 13 de abril de 2012

LAGUNIDADE - VEREADOR, GIGOLÔ DE DEPUTADO?

                                                           ...[ como de José, os vis irmãos outrora, venderam seu irmão]...
                                            Antônio de Castro Alves – Vozes d’África


Vereadores são cabos eleitorais de luxo de deputados alienígenas?
Quantos deles?
Mesmo que sejam “alguns”, o dano que causam é irreparável.
Problema?
O povo paga a conta, financeira e socialmente.
É com o dinheiro dos impostos que os vereadores se mantêm no poder - poder perigoso com força de barganha.
Sabem aquele jeito de ir acomodando parentes, nas escolas, nos cargos de confiança, nas empresas estatais e nomeações para o próprio proveito?
Alguns, descaradamente, traem sua cidade, seus amigos, seus pais, suas mães, seus filhos e seus eleitores servindo de gigolôs para a exploração da prostituta para candidatos estranhos ao ninho.


Esses (vereadores) não fazem isso de graça. Tomam dinheiro e proteção do deputado para sua própria campanha e interesses particulares, mas se obrigam a ficar escravizados a ele e o representa nas câmaras de vereadores, o poder do político maior, fazendo seu jogo, mesmo prejudicando sua própria terra.

Esses candidatos a deputado, alienados dos anseios e problemas locais, que nunca sentiram o povo, a vida e as tradições de uma cidade, levam nossos votos, dilaceram o sonho de qualquer pretendente legítimo do lugar e as esperanças daquela gente.


 E depois, lá se vão para desfrutar do poder, esquecendo para sempre a velha nos seus lençóis rotos até outra noite dali a quatro anos.
Jogam na sua cama, algumas moedas para o almoço de mais um dia e nem olharam para trás.

Quem os trouxe até aqui vendeu simplesmente o destino de todos os filhos da velha senhora, homens, mulheres, crianças, juventude, sonhos, progresso.
Comprou voto com dinheiro escuso.
Vendeu sua gente a preço de carne de segunda.
Isso é imoral e nojento, é assim em todo o Brasil, mas que pode ser demolido aqui.

ESTE É UM NÓ QUE ESTRANGULA NOSSA CIDADE E PRECISA SER DESAMARRADO.

ACABEM COM A VOTAÇÃO DE VEREADORES ATRELADOS A DEPUTADOS DE OUTRAS CIDADES.

“TEU VOTO É TEU VETO.”

sábado, 7 de abril de 2012

FELIZ PÁSCOA


O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo ( imagem google)
texto márcio josé rodrigues

Em nossos tempos de criança, a Semana Santa era como uma sombra de medo que pairava sobre nossas cabeças.
Na Sexta-feira Santa, Deus estava morto e o demônio tomava conta do mundo, sozinho.
Quando acordávamos na manhã de sábado, era como um dia de libertação do fardo, esperança, desafogo, dia de malhar o Judas e castigá-lo pele traição. Ninguém queria ser chamado por esse nome e por causa dele oíávamos os judeus.
Judiar era verbo de maldade, falta de compaixão.
Odiávamos Judas e amávamos Jesus.
 Mas... Jesus, Nossa Senhora e São José eram judeus e isso complicava um pouco nossas cabecinhas.

No domingo acordávamos cedo e nem sequer tomávamos café da manhã. Era uma  correria para o quintal, à procura da cesta que o "Coelhinho da Páscoa" deveria ter escondido em algum lugar.

Depois, a missa das crianças na Matriz.

Sabíamos, no entanto, que o Cordeiro havia vencido a morte, ressuscitado vitorioso.
Com isso estava aberto para todos nós o caminho da eternidade pelos méritos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

Talvez tenhamos fixado em nossos corações para sempre, a imagem de JESUS RESSUSCITADO, através do carinho dos nossos pais , tios e avós, naquelas lindas cestas enfeitadas e cheias de ovos de chocolate trazidos de madrugada pelo coelhinho da Páscoa.

Com aquela didática de amor e ternura, ficou tão gostoso a gente continuar amando JESUS nos dias de hoje,

FELIZ PÁSCOA.



sexta-feira, 6 de abril de 2012

SEMANA SANTA EM LAGUNA



Para a população católica de uma cidade uma  portuguesa, a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo evoca sentimentos profundos de a mor, fé e contrição.
Bem ao gosto deste povo ibérico e açoriano, as procissões convertem-se em verdadeiros teatros ao ar livre onde todos os participantes são atores conscientes de seus papéis no drama do Cristo.

Tudo concorre para o realismo e belezado ato de fé.
As ruas estreitas e antigas da cidade, a procissão coleando pelas vielas ao som de acordes seculares das bandas de música e a contrição da gente transportada para a Jerusalém de dois mil anos atrás.
À frente, o guião, sustentando a cruz de prata lavrada, os tocheiros e a Irmandade do Senhor Bom jesus dos Passos em opas roxas, os sacerdotes, coroinhas e a imagem do Senhor talhada em barroco.
No momento mais dramático, a Verônica lamenta a dor do Salvador e  abre a cena do "Encontro" entre Jesus e sua Mãe.


O "Sermão do Encontro", sempre proferido com a maior solenidade e lavra esmerada, aprofunda nos corações a reflexão mais emotiva sobre o preço da redenção.
Crianças vestidas como Jesus em seu manto roxo, portam pequenas cruzes simbólicas e ficam felizes porque estão participando e tendo seu momento de destaque no acontecimento.

Jamais esquecerão aqueles momentos e assim vão cultivando a plantinha que será a sua fé.