por Márcio José Rodrigues
No ano de 2000, a tricentenária e veneranda Igreja Matriz silenciou seus sinos pelos próximos 3 anos, para restauração do templo, as cerimônias eram realizadas no grande salão do Centro Cultural. Quando eles voltaram a soar em 2003, à tardinha e de surpresa, durante a celebração da Santa Misssa, uma forte emoção tomou conta de todos, silenciosa, feita de sorrisos em rostos iluminados.
Os sinos da velha igreja,
A manhã iluminada,
A rua onde eu morava,
Acordando ensolarada.
Passos leves pela casa.
Minha mãe, pé ante pé.
Pouco depois, da cozinha,
O aroma do café.
Um arco-íris travesso,
Filtrando na gelosia,
Um vento de mar soprando.
Um cheiro de maresia.
A vida recomeçando,
O ruído na calçada,
Da gente, sob a janela,
Passando pouco apressada.
Os sinos da "Santo Antônio",
Lembrando a doce fortuna,
De se despertar de um sonho,
E amanhecer na Laguna.
Márcio José Rodrigues