quinta-feira, 7 de julho de 2011

FALÊNCIA DA EDUCAÇÃO - OMISSÃO DA FAMÍLIA

A greve dos professores de Santa Catarina, demonstra sinais de cansaço, ou melhor, de stress.

Livrarias,  lojas proibidas aos professores. Foto Márcio Rodrigues

Cansaço se vence com uma noite de sono, mas o stress é doença insidiosa, capaz de matar. Matar a  esperança, a justiça, os sonhos e o próprio discurso político. 
Mas, não esqueçam, que daqui a mais três anos e meio, os políticos virão e os recursos aparecerão em forma de promessa.
Pobres coitados e corajosos professores que não encontraram respaldo no coração do governo nem da população.
Pobre governo que não encontrou coragem para limpar a vidraça embaçada que esconde a verdade sobre as verbas destinadas à educação e não encontram  seu destino.


Se as reivindicações eram justas, por que não se resolveram na justiça e esperaram o veredito dos tribunais, sem precisar de uma greve?
 Porque simplesmente a justiça não conhece o aqui e o agora das necessidades dos seres humanos. O processo iria rolar para as calendas e muitos já estariam mortos antes da causa ser resolvida. Ninguém mais confia na justiça. Que pena!
Se a causa era justa (e o próprio governo reconheceu) e boa para todas as partes, professores, governo  e os estudantes, por que não vingou?

Não vingou porque a sociedade ficou calada!
Não vingou devido à deformação da EDUCAÇÃO, que  ao longo dos últimos anos roubou o tempo e as oportunidades dos estudantes. Gerações  tiveram parte de sua vida jogada na lata do lixo e deixaram de compreender  seus direitos e deveres, principalmente o de aprender a aprender. 
Escola que gerou pais e mães, famílias, professores e um povo aleijados do poder de pensar.

Queridos pais:
Vocês perderam a magna oportunidade de fazer o grande panelaço e  unirem-se aos professores para defender o interesse de seus filhos. Para salvar a escola deles.  Como vocês se enganam, quando os vêem chegarem em casa com os boletins cheios de altas notas e conceitos. 
E diplomas vazios, sem nenhum crédito para a luta pela vida e seu lugar nesta sociedade em explosão.
Saibam que  o governo achatou os salários dos professores dos seus filhos e não manteve a proporção entre os cargos e as conquistas de carreira. Desprezou o mérito dos professores que mais se esforçaram por CONHECIMENTO, os que mais se especializaram, os que fizeram o curso superior, os que se pós-graduaram ou partiram para o doutorado.
Se um professor em início de carreira percebe  quase a mesmo coisa que um  outro de vários anos de magistério, com mestrado ou doutorado, para que se esforçar, se basta dar o mesmo feijão com arroz ao seu filho todos os dias?
E é com isso que seu filho vai se formar: feijão com arroz!
O governo arrasou o ânimo de estudar de qualquer professor!
Prefere que a mediocridade comande as salas de aula e seja repassada aos seus filhos, para azar deles e para que eles votem no primeiro candidato que lhes oferecer dez  reais.
Prato predileto dos políticos canibais: povo míope ao molho de voto, servido numa urna, de quatro em quatro anos.
É claro que educação não é só salário, mas quem quer qualidade, tem de pagar!


Este texto é dedicado aos pais, aos estudantes, aos professores que lutam por seus direitos, mas repudia os tumultuadores, porventura infiltrados no movimento, unicamente para fazer a política suja do grevismo.


Texto e postagem Márcio José Rodrigues

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com você, Márcio. O Fundeb é desviado e o nosso governo diz que não tem dinheiro para cumprir a lei do piso. Vergonhoso!
Abraço do Amorim

Anônimo disse...

Professor Márcio,
Gostei do questionamento legítimo, da explicação bem colocada, da advertência alertadora. "Ai de mim se não profetizar" esbraveja o profeta. O calar-se equivele a aceitação e a conivência.

Um abraço do Jota