quarta-feira, 3 de agosto de 2011

04 DE AGOSTO - A MORTE DE ANITA GARIBALDI

ANA MA RIA DE JESUS RIBEIRO nasceu  a 30 de agosto de 1821 num lugarejo chamado Morrinhos,  localidade pertencente a Laguna SC.


Era filha de um tropeiro, Bento Ribeiro da Silva e Maria Antônia de Jesus Antunes. A morte do pai deixou a família em estado de penúria, motivo pela qual sua mãe praticamente forçou-a a casar com apenas quatorze anos, com Manoel Duarte de Aguiar, sapateiro conhecido como  Manoel dos Cachorros. 

Aos dezessete já estava afastada do marido, que se alistara no exército imperial e abandonara a mulher.
O lendário Giuseppe Garibaldi, um homem diferente,  herói da Revolução Farroupilha, a quem dedicou o resto de sua curta vida, conheceu-a quando ela ainda não tinha completado seus dezoito anos.

Foi na época em que a pequena Laguna, aderindo à Revolução Farroupilha,  revoltou-se contra um poderoso império e proclamou a efêmera REPÚBLICA JULIANA,  sendo sua capital (24/07/1839).
Monumento à Anita em Laguna , SC - foto mjr

Daí em diante a vida foi uma eterna peregrinação, às vezes pelos caminhos do inferno, em meio a lutas, fome, gravidez, sacrifícios, perseguições e fugas, um eterno sem parar em lugar algum, porém sempre devotada ao seu homem e sua nova família.  
Com a notícia da morte do ex- marido Manoel , Anita e Giuseppe casaram-se na Igreja Católica no Uruguai em 1842.

Não bastassem os combates navais nos mares da Laguna , os campos de batalha de Lages, Curitibanos e do Rio Grande, a família mudou-se para a Itália onde participou da campanha pela unificação daquele país onde foi fator decisivo.

ANITA GARIBALDI é a maior heroína brasileira e a na Itália, reverenciada como verdadeiro mito, a "HEROINA DE DOIS MUNDOS".

Sua morte, cercada de acontecimentos ainda não decifrados, ocorreu em Mandriole, Itália, a 4 de agosto de 1849, quando tinha apenas 27 anos, ainda uma vez com Garibaldi, em fuga da perseguição do exército austríaco. 
Sepultada às pressas em cova rasa, teve na autópsia a revelação de sinais de assassinato por estrangulamento e uma gravidez em andamento de cinco meses.

O que se destaca tanto em ANITA, que a faz merecer nossa reverência?
É a mulher revolucionária, não apenas no sentido político, capaz de dar a vida por uma causa, mas pela fidelidade à família em qualquer circunstância e também pela ousadia de afrontar a sociedade do seu tempo e proclamar sua própria liberdade de deliberar seu destino como mulher, sem medo de submeter-se aos preconceitos, que ainda marcam a mulher de um século e meio depois.


ps - depois da batalha naval da Barra em Laguna (a maior batalha naval brasileira em águas interiores) a 15 de novembro de 1839, onde a esquadra farroupilha foi destroçada pela frota imperial, Anita jamais voltou a sua terra natal

texto e postagem Márcio José Rodrigues.

2 comentários:

Asas da Ilusão disse...

Que interessante esses detalhes da vida de Anita!Obrigada pela informação. Vou compartilhar. Boa semana!

Anônimo disse...

Meu caro professor:

Que beleza e oportuna essa sua veia de historiador!
Você está completando as aulas sobre Anita que o "seu Rubens não pode dar, pois não estava no programa o Colégio Pedro II, que era o padrão a ser seguido na época. A história local não era abordada. A gente precisava saber decor e salteada a retirada da Laguna, por exemplo. Aquela, lá pelo Mato Grosso, mas da nossa heroina e heróica Laguna quase nada, pois a própria Revolução Farroupilha era passada num relance e os livros só falavam dela no Rio Grande, sendo que sua expansão por Santa Catarina, e decorrências, eram quase ignoradas. Assim, vc está fazendo um otimo serviço de história à nossa geração, hoje já é quase histórica... Um belo, oportuno e bem feito trabalho, esse seu! Parabéns!
Um carinhoso abraço do Jota.