sexta-feira, 29 de julho de 2011

LAGUNA COMEMORA HOJE 335 ANOS DE FUNDAÇÃO

Texto e postagem Márcio José Rodigues
Monumento a Nossa Senhora da  Glória em Laguna SC - Foto Marcinho J. Rodrigues Filho
Docas do antigo cais do portoem Laguna SC - foto Márcio Rrodrigues




Com seus 335 anos de fundação (oficial), mérito do bandeirante vicentista Domingos de Brito Peixoto, Laguna hoje acordou ao som de uma salva de tiros de rojões disparados do alto do Morro da Glória.

O território desta  nossa querida Embiaçá tem sido ocupadopor diversas
civilizações desde 4000 anos, como bem demonstrou Pe. Alfredo Rohr em suas pesquisas em sambaquis.
Já foi berço de uma nação carijó, exterminada pelo escravismo português, num genocídio que a história não pode esquecer .

Laguna é com certeza,  pré-cabraliana, pois leituras de relatos antigos das grandes navegações apontam o conhecimento do território por naus portuguesas exploratórias. 
Até hoje imagino que a famosa "Pedra do Frade" seria um marco demarcatório e de referência para novas incursões do reino lusitano.
Logo após o descobrimento do Brasil, foi porto de abrigo seguro para naus espanholas a caminho do Prata e seu entreposto de aguada e abastecimento num processo de escambo com os índios carijós.
Certamente a nossa fonte da Carioca é testemunha da presença dessa gente e seu nome deriva de "A fonte do Carió (caraí-yoc) ", ou simplesmente, a fonte do carijó.

Oficialmente comemora 335 anos dedicados à expansão do Brasil para o sul  na ocupação do "Continente de São Pedro do Rio Grande ".
Laguna fundou a cidade de Porto Alegre e abriu os caminhos do gado de Viamão.
AD MERERIDIEM BRASILIAM DUXI, bem justifica seu brasão de armas.

A democracia brasileira tem o seu cordão umbilical preso à placenta lagunense, desde que esta pequena, porém valorosa cidade proclamou-se capital de uma república,  a REPÚBLICA JULIANA em plena Revolução Farroupilha, contra um poderoso império totalitarista.

Laguna é sobretudo, mulher, feminina e doce, porém corajosa até as raízes de sua alma, lutadora e aventureira, mercê do seu vento constante que  sempre a convida a enfunar as velas e partir.
Se uma lagunense , Anita, participou da unificação da Itália e lhe deu a dignidade de deixar de ser uma colcha de retalhos para ser um país, os lagunense estão por aí, anônimos, construindo, e  não são raros os que se destacam em várias atividades pelo mundo.
Parabéns, minha cidade, meu bem querer, mãe dos  meus filhos, minha inspiração e meu estado de espírito.
Desejo unicamente que teus filhos te saibam amar e te tratem melhor.


Mariscos e algas no Mar Grosso em Laguna SC - foto Isabella Barzan








Molhes da Barra em Laguna SC - foto Marcio José Rodrigues Filho
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ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE IMPRENSA HOMENAGEIA JERÔNIMO COELHO EM LAGUNA


por Márcio José Rodrigues (texto, fotos e postagem)

Em pleno andamento da XXX SEMANA DA CULTURA  DE LAGUNA, a  ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE IMPRENSA  comemora o 180º aniversário da imprensa em Santa Catarina, data marcada com a circulação do primeiro jornal da província, "O CATHARINENSE" em 28 de julho de 1831. 
Rainha e princesas da XXX Semana da Cultura
Prefeito Célio Antônio, aluno da Escola Básica Jerônimo
e o Jornalista Ademir Arnon
Jornalistas Ademir Arnon, Márcio Matos Carneiro e
Luis Meneghim




O grande homenageado, Comendador JERÔNIMO FRANCIOSCO COELHO, militar e político, cognominado  PATRONO DA IMPRENSA CATARINENSE, nasceu em Laguna(SC) em 1806 e foi figura de destaque no império brasileiro. Ocupou por seis legislaturas o posto de Deputado Provincial em Santa Catarina chegando ser presidente da Assembléia. 

Durante o governo de D. Pedro II, foi requisitado sucessivamente para importantes posições, entre elas, Ministro da Marinha, Comandante  do Exército, Ministro da Guerra, Presidente da província do Grão-Pará, Presidente da Província do Rio Grande do Sul, onde teve o mérito de ser o apaziguador da Revolução Farroupilha.


Na solenidade realizada em bela manhã de sol na praça que leva seu nome, num recanto  cheio da mística histórica lagunense, o nome do patrono foi evocado com propriedade e carinho, pela imprensa, na palavra do Jornalista Ademir Arnon, presidente da Casa do Jornalista da Associação Catarinense de Imprensa  junto ao monumento do "patrono" .  Em suas palavras, pediu veementemente a restauração do "GRUPO ESCOLAR JERÔNIMO COELHO" construído em 1912, uma das peças mais importantes e belas do patrimônio histórico e dentro da área de tombamento histórico nacional. Hoje em estado de quase ruínas, é a escola onde estudaram, entre outros, Colombo Machado Salles e Eduardo Pinho Moreira.

Alunos da escola acompanhados de Sua Diretora Mônica Nunes Sant'Ana,  presentearam a ACI, com réplica do retrato do patrono e depuseram flores junto ao monumento.
Estavam presentes, jornalistas, autoridades militares e civis, escolares, professores e representantes da sociedade lagunense.

Logo após a cerimônia cívica, a comitiva acompanhada do Sr. Prefeito Municipal Célio Antônio dirigiu-se ao "Grupo Escolar", onde pôde constatar in loco o estado do belíssimo e imponente prédio.

Visita à Escola Jerônimo Coelho - ao centro a Diretora Mônica Nunes SantÁna

Aspecto do "Grupo Escolar Jerônimo Coelho"






Os convidados foram recepcionados no Laguna Tourist Hotel, onde foi servido um almoço de requintado bom gosto e a colhedora recepção pelos anfitriões, inclusive com brindes aos presentes.  Na oportunidade discursou o Jornalista Luís Meneghim, Diretor de redação de o 'NOTÍCIAS DO DIA" de Florianópolis e Joinville, sobre a importância da imprensa para a democracia.

Destaque especial  e agradecimentos ao jornalista Márcio Matos Carneiro do "JORNAL DE LAGUNA", representante regional da ACI pelo sucesso cultural e social do evento.
Emocionante, cívico, educativo e mais      
que  oportuno.


Jornalista Luís Meneghim de "Notícias do Dia" em pronunciamento du-
rante o almoço no Laguna Toutist Hotel




Hóspede permanente do Laguna Tourist hotel a Coruja buraqueira poderia representar a imprensa, com seu olhar atento em eterno alerta e a coragem de defender os sagrados e naturais direitos do seu "povo". 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A RUAZINHA PERTO DA MINHA RUA




 Norma Bruno



A Ruazinha
Aquilo tudo era uma linda chácara, eu lembro. Eu era jovem e passava por alí de ônibus a caminho da Universidade Federal. Havia uma casa antiga, as paredes caiadas, uma porta e três janelas cor de vinho, a pintura desbotada. 

E, eternamente sentado na soleira da porta, um homem velho, barbas brancas. Diziam que era doido, que se a gente mexesse com ele, ficava agressivo. Não sei se era mentira ou verdade; recordo-o como uma foto enquadrada na janela do ônibus da Trindadense. Naquela época, não suspeitava que um dia moraria em seus domínios. A vida é engraçada. Imagino que o velho tenha morrido e os herdeiros tenham loteado a chácara em cujas terras foram construídas diversas casas. Num determinado espaço, as casas estabeleceram-se de “comprido”, como diz o povo, criando um beco onde, eu suponho, alojaram-se os parentes: filhos, netos e sobrinhos, lado a lado. Uns foram se mundando - sempre que a gente muda ganha o mundo -, outros foram ficando, ficando… 

A abertura de vias e estradas próximas mudou o destino do beco ligando-o a duas vias importantes, rua principal e avenida, elevando o seu status para “ruazinha”.  Tem uns cinqüenta metros de extensão a ruazinha e, apesar da mão dupla, nela só passa um carro por vez (azar de quem tiver o carro menor ou estiver mais perto da boca da rua, tem que voltar de ré). 

Nem sei se tem um nome, mas tem uma praça, pracinha, equivalente a um lote de terra, se muito, nascida da área verde estabelecida em lei. Possui umas tantas árvores velhas remanescentes da antiga chácara e canteiros onde flores teimosas nascem espontaneamente por entre a grama rala e tem também dois bancos como uma praça que se preze, só que esses, são voltados para a rua, contraditoriamente. Cortando a pracinha, um caminho liga uma rua à outra rua, abrindo-se no meio, para contornar uma árvore maior. 
Na ruazinha mora um homem que diariamente passeia com seu curió, tem mulher que espia na porta, assuntando, tem vizinha no portão conversando com outra vizinha, tem cachorro enfezado que late por obrigação de ofício, tem um homem que canta músicas do Nelson Gonçalves forçando voz de barítono, tem gente que vem, tem gente que vai; eu inclusive. 

Desde que vim morar aqui, uma coisa me intriga; não sei o que acontece: a despeito da loucura que brutaliza o nosso tempo, a indiferença, o individualismo doentio, a falta de civilidade e a violência, naquela ruazinha as pessoas se olham nos olhos e sorriem e se cumprimentam:
 – Bom dia, senhor! – Boa tarde, senhora! Eu sorrio e respondo – Bom dia, senhor, bom tarde, senhora!, Fico feliz quando isso acontece e me pergunto: teria a ruazinha, em sua pequenez, o poder de humanizar as pessoas reavivando memórias de vizinhança, bairro, cidade pequena? 

Hoje, ao cruzar com uma senhora carregada de compras, descobri o segredo. Naquela ruazinha sou eu quem olha as pessoas nos olhos, sou eu quem sorri e quem diz: – Bom dia, senhor! Boa tarde, senhora! É em mim que a ruazinha perto da minha rua reaviva memórias de vizinhança e cidade pequena. 

É a mim que ela humaniza e salva.
Norma  Bruno é professora de História, escritora e poeta de Florianópolis - SC

postagem Márcio José Rodrigues

sábado, 23 de julho de 2011

180 ANOS DA IMPRENSA CATARINENSE


Historiador Norberto Ulysséa Ungaretti é entrevistado por Fatima Barreto Michels(*)


                                                    
- Que significa fazer um trabalho sobre a vida do fundador da Imprensa Catarinense?

 Dr. Norberto – Para mim é uma realização pessoal porque há muitos anos trabalho nesse projeto. Nasci na casa de meus avós maternos, à rua Jerônimo Coelho, na Laguna. Fiz todo o curso primário, como à época se chamava, no velho Grupo Escolar “Jerônimo Coelho”, onde tive como primeira professora (e até ao segundo ano) minha mãe, profª Otília Ulysséa Ungaretti, que ali lecionou durante todo o longo exercício de seu magistério, assim como meu tio profº Romeu Ulysséa. Minha prima-irmã Elisabeth Ulysséa Arantes (Betinha) também ali lecionou. Ali estudaram meus quatro irmãos, sobrinhos, primos, centenas de parentes e amigos. São circunstâncias que me ligam afetivamente ao nome Jerônimo Coelho. Resolvi, por isso, há vários anos, intentar uma biografia dele, até por ser o lagunense mais ilustre. Também é uma homenagem que presto à minha terra.

- O senhor pertence a categoria dos historiadores genealogistas então,  nesta biografia,   a ênfase maior seriam as raízes familiares de Jerônimo Coelho?
 Dr. Norberto –  Não. No primeiro capítulo há referências às origens familiares de Jerônimo Coelho, sim, mas apenas ali. E no curso do livro uma outra menção de parentes seus. Mas nada mais do que isto.

- Jerônimo Coelho foi militar e também o patrono da Maçonaria de Santa Catarina, um homem de atuação e talento pródigos. Qual  sua expectativa acerca do modo como este livro será recebido entre os intelectuais, os estudantes e o público em geral?
Dr. Norberto – Na verdade, não tenho nenhuma expectativa nem preocupação quanto a isto. O livro não terá repercussão fora de Santa Catarina porque Jerônimo Coelho não é um personagem nacional. Fora daqui ninguém o conhece, a não ser alguns estudiosos nos estados que, então Províncias, ele governou, ou seja, Pará e Rio Grande do Sul. A vida dele foi a de um exemplar político e servidor do Estado mas de padrão comum, e sem emoções, dessas que despertam o interesse das pessoas em torno dos personagens históricos. Em Santa Catarina, sim, poderá haver maior repercussão porque, na verdade, são tratados e desenvolvidos muitos temas que dizem respeito à história do nosso Estado, principalmente a propósito dos discursos de Jerônimo Coelho na Câmara dos Deputados, da política provincial (onde ele foi o maior líder no seu tempo), da história da fundação da imprensa em Santa Catarina e da Sociedade Patriótica Catarinense, entidade de larga atuação, que ele fundou e presidiu. Ainda assim, entretanto, será uma repercussão limitada, porque é pequeno, mesmo no universo dos leitores (que, por sua vez, já é também pequeno em relação à população letrada), o número dos que se interessam por obras do gênero.

- Há um fato inusitado que o tenha surpreendido durante as incursões dessa pesquisa?
 Dr. Norberto – Um fato que me surpreendeu, agradavelmente, foi saber que um lagunense, o dr. João Francisco Coelho, tio e protetor de Jerônimo, bacharelou-se em leis e em cânones (direito canônico) pela Universidade de Coimbra nos primeiros anos do século XIX. Já pensou o que significava, naquele tempo (duzentos anos!)  sair de Laguna para ir estudar na Universidade de Coimbra?  Este dr. João Francisco era tido pelos nossos historiadores  como médico. Minhas pesquisas, entretanto, demonstram outra coisa, revelando quais os cursos que seguiu na famosa Universidade portuguesa. Este esquecido lagunense foi o primeiro bacharel nascido em Laguna e um dos primeiros de Santa Catarina. Também tive agradáveis surpresas com os discursos de Jerônimo Coelho na Câmara dos Deputados. Não tinham sido estudados, até agora, com a profundidade em que os estudei. Sua narrativa sobre a República Catarinense (particularmente importante por ser contemporâneo dos fatos), seus discursos sobre colonização em Santa Catarina, sobre o carvão catarinense (muito antes do início de sua exploração), sobre assuntos militares, entre outros, revelam o homem culto e preparado que ele foi, além de incansável defensor dos interesses catarinenses.


- Há quanto tempo o senhor vem trabalhando na obra? 
  Dr. Norberto – Há muitos anos. Para você ter idéia, em 1976 foi publicado um livro comemorativo aos 300 anos de fundação de Laguna. O coordenador da publicação foi o notável historiador, ilustre lagunense e meu saudoso amigo Oswaldo Cabral (com toda justiça homenageado na denominação de uma das principais ruas de Laguna), o qual, na apresentação da obra, disse que ali não havia nada sobre Jerônimo Coelho porque disso eu me ocuparia, em livro que tinha em preparo... É claro que não trabalhei no livro durante todos esses anos. Afazeres profissionais, no período, desviaram-me da obra. Retomei o ritmo há quatro anos, inclusive contando com a colaboração de pessoas que, sob minha orientação, realizaram pesquisas em jornais do Rio de Janeiro (Biblioteca Nacional) e Porto Alegre, em caráter profissional, pagas por mim. Embora me tivesse sido até oferecido, não aceitei patrocínio de nenhuma instituição ou do Governo, pois assim não fiquei nem estou sujeito a qualquer tipo de cobrança. Quando o livro estiver pronto, sairá.

- Qual o título que o senhor deu ao livro? Quantos capítulos? Há uma previsão de data para o lançamento?
 Dr. Norberto – O título do livro será, provavelmente, “Jerônimo Coelho”, apenas isto. Ou então “Jerônimo Coelho, o catarinense mais ilustre do Império”. Ainda não me decidi. Tenho 14 capítulos escritos, com fartas notas de rodapé. Já poderia publicar o primeiro volume, com sobra de material para o segundo. Mas considerando que faltam para finalização da obra, segundo calculo, uns três ou quatro capítulos, acho que vou trabalhar nisto a fim de que possam ser publicados os dois volumes, ao mesmo tempo, no segundo semestre deste ano em que se comemora o 180º aniversário da fundação da imprensa catarinense e também da Maçonaria em Santa Catarina, ambas as fundações devidas a Jerônimo Coelho.

Maria de Fátima Michels
 é escritora e poeta,
presidente do grupo de escritores
Carrossel das Letras


(*) Entrevista concedida  em maio de 2011  à Ma. de Fatima Barreto Michels para a revista Balaio das Letras/Grupo Carrossel

DOIS POETAS



Imagem  Google




Tempo


No relógio do tempo

esqueci minhas horas

trancadas na gaveta.


Afonso José Santana



Realidade


na procura de sentido

encontrei necessidades

pelas janelas abertas...


Clarice Villac
22.07.2011


Janela portuguesa em Laguna SC - Brasil





http://muraldoajosan.blogspot.com/2011/06/tempo.html


Poemas enviados por Carice Villac
postagem Márcio José Rodrigues

quinta-feira, 21 de julho de 2011

HOSPITAL DE LAGUNA E GOVERNO DO ESTADO FIRMAM CONVÊNIO

Regina Ramos dos Santos(de vermelho) entre o Prefeito Célio Antônio e  o Secretário de Estado de Desenvolvimento Regional de Laguna, Cristiano Lopes de Oliveira - Foto Paulo Cereja
HOSPITAL DE LAGUNA FIRMA CONVÊNIO NO VALOR  DE CR$ 400.000,00  COM O GOVERNO DO ESTADO PARA A CONSTRUÇÃO DA UTI.
texto e postagem por Márcio José Rodrigues
Regina Ramos dos Santos - Foto Paulo Cereja
Com uma população em torno de 50.000 habitantes, dobrada para um puco mais de 100.000 na temporada de verão, um ambiente natural e paisagístico encantador, a cidade de Laguna conta com muitas deficiências que a impedem de se ser uma lugar para se desfrutar uma vida plena agradável e segura.

Uma delas, sem dúvida  é a inexistência de um sistema de saúde de qualidade dentro dos padrões modernos de evolução da medicina, embora a mão de obra qualificada para este mister, excelentes Médicos, Dentistas, Bioquímicos, Fisioterapeutas esteja à disposição na cidade.

O HOSPITAL , que é uma entidade filantrópica, é o grande ponto fraco no elo da cadeia da saúde, preso em problemas financeiros, baixos pagamentos por serviços prestados ao SUS e a inexistência de um CTI, capaz de assumir os casos de iminente risco de vida em seus atendimentos.

A grande UTI  de Laguna tem  sido as ambulâncias, algumas desprovidas de equipamentos  que delas façam UTIs  móveis e mesmo as que dispõe dos recursos, tornam-se meros transportes, frágeis e inseguros pelos caminhos esburacados e incertos da BR 101, uma verdadeira comparsa da morte.

Não são raros os casos de pacientes graves que transitam dessa forma e até em aventuras em carros da família, à procura dos hospitais de Tubarão, Araranguá, Criciúma e Florianópolis e esbarram  às vezes, no terrível "não há vagas" .  Pacientes agarrados apenas ao heroísmo da equipe, vagam pela estrada, de onde nem sempre voltam vivos, pela urgência e a preciosidade do tempo perdido.

Paradoxalmente, o Bom Jesus, que tem uma privilegiada estrutura arquitetônica, vem evoluindo e crescendo a duras penas, adquirindo equipamentos, como radiologia digitalizada, ultrasonografia, tomografia computadorizada, hemodinâmica, cardiologia, oftalmologia, melhoras no atendimento clínico e cirúrgico, obstetrícia, psiquiatria e outros campos.
Porém, na  hora de assumir os procedimentos de alto risco, os pacientes precisam ser transferidos e não raro, às pressas.
Felizmente, existe uma equipe de profissionais e voluntários presentes em todas os esforços do hospital, que patrocinam a sua evolução e lutam sem trégua pela defesa da própria cidade e  da segurança do povo.

Nesse 19 de julho, terça feira próxima passada, às 18,30 h, foi assinado este bem-vindo  convênio entre a  Secretaria de Estado da Saúde, representada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Laguna e o Bom Jesus dos Passos, o que abre um leque de esperanças para toda a região, posto que, com um projeto de 10 leitos de UTI, serão socorridas também as cidades vizinhas, com o desafogo dos outros grandes hospitais na área.
Num momento tão auspicioso, desejo pessoalmente cumprimentar a Presidente da Diretoria do Hospital , Enfermeira  REGINA RAMOS DOS SANTOS, símbolo de dedicação e competência  nessa  batalha , embora os envolvidos no processo sejam muitos e merecem o seu lugar de honra.
É uma aventura e o lançamento de uma semente, enfim uma grande e forte esperança..

Como  escreveu Robert Schüller,

"Qualquer um pode contar as sementes em uma maçã, mas só Deus pode contar o número de maçãs em uma semente."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O ROUXINOL E O COLEIRO - CRÔNICA PARA O DIA DO AMIGO

MANOEL SILVA nos seus tempos áureos no rádio
O ROUXINOL E O COLEIRO
por Márcio José Rodrigues


 Embora possa parecer impossível, chegaram a ser amigos íntimos.
              O primeiro chamava-se Manoel.
            Dentre todas as coisas de que mais gostava na vida, uma delas era cantar. Cantava pelo prazer de cantar, para sua amada, seus filhos e netos, para as pessoas, porque ele se sentia bem entre as pessoas, porque as amava. Sua forma de expressar o amor era cantar. Chegou um dia a ser famoso, teve seu merecido brilho, seu lugar de destaque na mídia de seu tempo, o rádio. Cantava nos programas das melhores emissoras, conquistou admiradores em lugares onde nunca fora visto e, mesmo, nem os poderia conhecer a todos, de tantos que eram. Invisíveis, mas fiéis.
           
Aos domingos, quando a gente se reunia para o almoço, ligava-se o rádio. A casa enchia-se com sua voz de um timbre quase metálico de um tenor suave, romântico, acompanhado de um violão em ritmo de samba-canção.
            Uma dedicatória, uma homenagem e mais uma canção.
            Aquela voz preciosa já lhe dera o título de “Rouxinol do Rádio”.

            Ultimamente andava silencioso.
            Uma moléstia sinistra roubara-lhe a luz dos olhos.
         Deixou de circular pelo centro da cidade, onde costumava derramar sua cordialidade, no gesto elegante e alegre, os cabelos penteados com esmero, as roupas sempre bem cuidadas.

            Faz algum tempo, coisa de alguns anos, ganhou de presente um coleirinho, delicado e minúsculo, muito bom cantor, um mimo de passarinho.
            Um presente muito inspirado, porque proporcionou o nascimento de uma doce e sincera relação de amizade.

            Manoel batizou-o simplesmente, com o nome de “Amigo”.
            Amigo afeiçoou-se a ele. Conhecia e adorava sua voz, talvez porque também fosse artista e entendesse de canções.
            Quando falava:
            - Amigo!
            Amigo lhe respondia com maviosos trinados.
            Compreendiam-se.
            Afinavam-se tanto na arte de cantar, como na de viver sem chorar e de saber apreciar da vida, o que ainda oferecia de bom.
            Se um era prisioneiro da gaiola onde nascera, o outro era prisioneiro da escuridão do glaucoma.
            Amavam-se.

            Numa dessas manhãs, Manoel reclinou-se em seus travesseiros, e se foi. Suavemente, como a vibração de um acorde de violão.
            Simplesmente, esgueirou-se pelo ar e voou.
            Mas, não foi só.
            No mesmo dia alguém notou que Amigo não estava saltitando no poleiro, como de costume. Talvez, quem sabe, escondido no fundo da gaiola, beliscando algum alpiste derramado.
            Mas, não!
            Amigo estava lá, caído, inerte.
            Morto, também.
            Como se um tivesse dito:
-          Vamos?
            E o outro respondido:
-          Vamos!

            Dona Leda teve a sensibilidade de sepultá-los juntos.
            Amigo recebeu uma pequena e delicada mortalha e discretamente, foi colocado ao lado do Rouxinol.
           " Amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito."***

            Amigos para sempre, juntos e livres, sem as barras de suas gaiolas, voaram para o infinito, onde mora seu Criador.
            Amigo, com as asas que já ganhara ao nascer.
            Manoel, com aquelas que fizera por merecer em vida e que as recebera, finalmente, ao morrer.


###########



Os fatos aqui narrados aconteceram realmente. Escrevi esta crônica no dia em Manoel Silva, o "Rouxinol do Rádio Catarinense" silenciou sua voz. Fui seu amigo, seu colega quando trabalhamos no Colégio Comercial Lagunense e seu fã, quando ele abrilhantava os bailes dos clubes de Laguna e cantava nos programas de rádio, "O SERESTEIRO CANTA". O coleirinho "Amigo", dentro de um guardanapo de papel foi posto no bolso interno do paletó do nosso cantor e assim, os dois foram sepultados juntos.

***Canção da América - Milton Nascimento



DIA DO AMIGO

Astronautas da nave Apollo 11, Edwin Aldrin, Neil Armstrong e
Michael Collins, primeiros homens na Lua em 20 de julho de 1969.
 

Talvez a melhor definição de amigo, tenha siso dada por CÍCERO, orador, filósofo, tribuno, político, dos tempos de Júlio César da Roma de 60 a.C.
Dizia o grande pensador, que se os deuses quisessem realmente castigar um homem, primeiro o elevariam às mais inalcançáveis alturas e lá o deixariam ver todas as maravilhas do universo, desvendando-lhe os segredos do passado e do futuro, permitindo-lhe conhecer a VERDADE,  todos os segredos da vida e da morte,  das ciências e do conhecimento, transformando-o no homem mais sábio da terra.
Depois disso, fariam morrer seu melhor amigo e assim ele não tivesse alguém especial a quem revelar as maravilhas que havia conhecido.
Sem o amigo, este homem enlouqueceria.

O "Dia do Amigo", que em muitos países é comemorado em 20 de julho é uma invenção do hermano argentino Enrique Ernesto Febraro, que vislumbrou no pouso da nave americana do projeto Apollo 11 e a presença primeira do homem na Lua, como o rompimento da barreira da distância entre os povos e a possibilidade de estabelecer a amizade universal.

Digamos que este apenas seja mais uma data no ano para incentivar as pessoas a comprarem presentes, enviarem flores e mimos para outras pessoas de sua estima, enfim, mais um pretexto para consumir.

De qualquer forma, quem tem o privilégio de ter um amigo, este é um dia de regozijo e comemoração, uma vez que este tesouro é a maior preciosidade que alguém pode desejar, um dom , uma graça que deve ser celebrada e agradecida todos os dias.

Se você tem uma amigo ou amiga, coloque-se na lista das pessoas mais felizes do mundo.

A você, meu meu amigo, a você, minha amiga, minha prece de todos os dias , um abração firme  e suave, que nos faça sentir o calor de nossa presença.

Márcio José Rodrigues

segunda-feira, 18 de julho de 2011

CORAL SANTO ANTÔNIO DOS ANJOS - LAGUNA SC







CONCERTO PARA UMA SÓ VOZ
Interpretada pelo CORAL SANTO ANTONIO DOS ANJOS, da Laguna, SC é uma peça consagrada do clássico contemporâneo do compositor SAINT-PREUX (Christian Langlade) nascido na França em 1950.

Saint-Preux - adaptação \\mjr
Composta originariamente para o solo em trompete, teve em algumas interpretações, como nesse caso, a substituição desse instrumento por voz de soprano.

Nesse vídeo, o solo é da soprano Neusa Preuss, durante o XXI Festival  Internacional de Corais em Criciúma, SC.
Regência: José Teixeira Fernandes.






texto e postagem  Márcio José Rodrigues

domingo, 17 de julho de 2011

MARIA ANTÔNIA FAZ 8 ANOS


MARIA ANTÔNIA RODRIGUES RAMOS

CASIMIRO DE ABREU
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho 
Da aurora da minha vida,
 
Da minha infância querida
 
Que os anos não trazem mais!
 
Que amor, que sonhos, que flores,
 
Naquelas tardes fagueiras
 
À sombra das bananeiras,
 
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias 
Do despontar da existência!
 
 Respira a alma inocência
 
Como perfumes a flor;
 
O mar - é lago sereno,
 
O céu - um manto azulado,
 
O mundo - um sonho dourado,
 
A vida - um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida, 
Que noites de melodia
 
Naquela doce alegria,
 
Naquele ingênuo folgar!
 
O céu bordado d'estrelas,
 
A terra de aromas cheia
 
As ondas beijando a areia
 
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância! 
Oh! meu céu de primavera!
 
Que doce a vida não era
 
Nessa risonha manhã!
 
Em vez das mágoas de agora,
 
Eu tinha nessas delícias
 
De minha mãe as carícias
 
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas, 
Eu ia bem satisfeito,
 
Da camisa aberta o peito,
 
 Pés descalços, braços nus -
 
Correndo pelas campinas
 
À roda das cachoeiras,
 
Atrás das asas ligeiras
 
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos 
Ia colher as pitangas,
 
Trepava a tirar as mangas,
 
Brincava à beira do mar;
 
Rezava às Ave-Marias,
 
Achava o céu sempre lindo.
 
Adormecia sorrindo
 
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho 
Da aurora da minha vida,
 
Da minha infância querida
 
Que os anos não trazem mais!
 
 Que amor, que sonhos, que flores,
 
Naquelas tardes fagueiras
 
A sombra das bananeiras
 
Debaixo dos laranjais!


postagem vovô Márcio





sábado, 16 de julho de 2011

DIA DO HOMEM - A MALDIÇÃO DE EVA


O velho Diógenes, que morava dentro de um barril, lá na Grécia antiga, andava com um lampião pelas ruas de Atenas à procura de um homem.

Ah! meu velho,

No mundo de hoje, está tão difícil ser homem, que tem uma multidão abandonando o posto.

Porém, estes não saem de dentro de barris, mas de armários.

Pior para as mulheres, que exigem demais de nós e brigam por causa de uma simples tampa de bacio. 
O território delas está sendo invadido por imigrantes concorrentes made min Paraguay. 


Pelo menos hoje, no " DIA DO HOMEM", façam  um bolinho para o café e deem graças a Deus pelos remanescentes de Adão.


Márcio José Rodrigues em 15/07/2011