Texto e postagem Márcio José Rodrigues
Quando se observa esta cena bucólica de um pescador solitário nos molhes da barra em Laguna, Brasil, parece que se está diante de uma tela de Monet.
A imagem sugere não apenas a beleza escancarada do cenário, mas também algo quase intocável de mistério.
Um homem solitário à beira do mar, equilibrando-se perigosamente sobre uma aresta de rocha dura e escorregadia, olha a imensidão à sua frente na expectativa de lançar sua tarrafa.
Cospe, pragueja, resmunga, num entremeio de rezas e blasfêmias, a atenção aguçada e devaneios, impressão invejável de plena liberdade e independência do muno real.
As profundezas indiferentes escondem as respostas que procura e o desafiam a arriscar seu lance.
Para esse homem, o peixe que almeja representa muito mais que uma vitória sobre o gigante à sua frente. Seu troféu será fatiado em partes diferentes e proporcionais que em sua família representarão a alimentação, medicamentos, cadernos, transporte, roupas para as crianças que não querem parar de crescer, a goteira no telhado, tudo a cada dia mais caro.
Esse mar que o desafia e o afronta, é ao mesmo tempo, seu pai e seu algoz, seu provedor e sua esperança.
Ele jamais pensou em cuidar do mar e nem sabe se alguém se preocupa com isso.
Só sabe que peixe deve morrer para que o homem alcance a independência.
Amanhã seus filhos estarão desfilando na rua central, portando bandeirinhas e ao som dos tambores e nem saberão muito nitidamente porque. Talvez, muitos dos professores que os estarão organizando na fila da marcha, também nem saibam direito o que estão fazendo ali.
Após o desfile as crianças voltarão aos seus folguedos .
Os adultos, as autoridades, voltarão às suas barganhas e venderão sua liberdade no tempo oportuno.
Certamente, ficarão calados quando conseguirem amordaçar a imprensa e os meios de comunicação.
Afinal, para que servem os jornais , senão para embrulhar os peixes mortos?
AINDA ESTÁ EM TEMPO, IRMÃOS!
INDEPENDÊNCIA NÃO É UM LUGAR.
É UM CAMINHO!
Quando se observa esta cena bucólica de um pescador solitário nos molhes da barra em Laguna, Brasil, parece que se está diante de uma tela de Monet.
A imagem sugere não apenas a beleza escancarada do cenário, mas também algo quase intocável de mistério.
Um homem solitário à beira do mar, equilibrando-se perigosamente sobre uma aresta de rocha dura e escorregadia, olha a imensidão à sua frente na expectativa de lançar sua tarrafa.
Cospe, pragueja, resmunga, num entremeio de rezas e blasfêmias, a atenção aguçada e devaneios, impressão invejável de plena liberdade e independência do muno real.
As profundezas indiferentes escondem as respostas que procura e o desafiam a arriscar seu lance.
Para esse homem, o peixe que almeja representa muito mais que uma vitória sobre o gigante à sua frente. Seu troféu será fatiado em partes diferentes e proporcionais que em sua família representarão a alimentação, medicamentos, cadernos, transporte, roupas para as crianças que não querem parar de crescer, a goteira no telhado, tudo a cada dia mais caro.
Esse mar que o desafia e o afronta, é ao mesmo tempo, seu pai e seu algoz, seu provedor e sua esperança.
Ele jamais pensou em cuidar do mar e nem sabe se alguém se preocupa com isso.
Só sabe que peixe deve morrer para que o homem alcance a independência.
Amanhã seus filhos estarão desfilando na rua central, portando bandeirinhas e ao som dos tambores e nem saberão muito nitidamente porque. Talvez, muitos dos professores que os estarão organizando na fila da marcha, também nem saibam direito o que estão fazendo ali.
Após o desfile as crianças voltarão aos seus folguedos .
Os adultos, as autoridades, voltarão às suas barganhas e venderão sua liberdade no tempo oportuno.
Certamente, ficarão calados quando conseguirem amordaçar a imprensa e os meios de comunicação.
Afinal, para que servem os jornais , senão para embrulhar os peixes mortos?
AINDA ESTÁ EM TEMPO, IRMÃOS!
INDEPENDÊNCIA NÃO É UM LUGAR.
É UM CAMINHO!
4 comentários:
Meu ilustre Decano
Realmente é difícil de entender, sou obrigado a concordar com Schopenhauer,
"O patriotismo é a paixão dos tolos e a mais tola das paixões."
Um bom feriado Nacional.
@fonso
O que mais me impressionou, quando visitei a Jacque, foi verificar como estes benditos europeus preservam o que é deles.
Quase não vi prédios, nas cidades que pude apreciar pela janelinha!
O lago, maravilhoso, em Genebra, água totalmente límpida, me fez imaginar o cais, no centro de Laguna, como seria belo daquele jeito.
Eles, europeus, japoneses, preservam o que é deles e vem poluir aqui!
Porque eles fazem isto? Nós permitimos! E não carregamos $$$ na cueca!
Isto, também é INDEPENDÊNCIA!
Belo texto, como sempre!
AH! A foto me traz saudades do inverno em Laguna.
Abraços patrióticos!
Ponderações muito sábias e bem escritas, Amigo Márcio!
(Clarice Villac)
Poeta,
Nem só de poesia se vive ainda que seja em Laguna, a cidade do mais poético pôr-do-sol.
As colocações de que apesar de tudo a vida continua são imperiosas para nosso acordar. Também o comentário da Rita vale muito e até ousaria dizer que eles cuidam das coisas deles,talvez sem levar $$$ na cueca, mas, seguramente, guardam caladinhos os $$$ levados para lá nas cuecas, repassando-nos sua poluição.
Um forte abraço pois mais essa página. Do Jota
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