terça-feira, 17 de julho de 2018


SONHOS




          
          

Quando Aurora rompe na linha do horizonte o véu da noite escura e tenebrosa e tinge a barra do céu em tons de púrpura, lilases e róseos, anuncia seu irmão Apolo que, logo surgirá a cruzar o firmamento em sua carruagem de fogo.

Os indomáveis corcéis alados, em labaredas ofuscantes, puxam o esplendoroso carro do deus Sol, para anunciar aos humanos que um novo dia de esperança lhes é concedido pela benevolência de Zeus.
Apolo tem o controle das rédeas e os domina, mas não lhes contêm a ânsia estupenda de voar pelo espaço aberto à sua frente.

Ante a colossal majestade, as estrelas recuam para as profundezas do infinito, onde permanecem em respeitoso recolhimento.
O dia que assim nasce é uma dádiva divina que traz sempre em seu regaço um generoso cesto de oferendas.
O dia convida, por ser um dom gracioso, que desfrutemos fartamente destes presentes, onde estão contidos a esperança renascida, a fé, a paz, o amor e a certeza de que nunca estamos sós no universo.

O dia nos ensina a contemplar.
Também nós somos viajantes no espaço aberto da existência. 

Nossos sonhos são os corcéis que puxam a carruagem da nossa vida através do infinito da imaginação.

Sonhos têm asas e precisam de espaço para voar.
De nada adianta tê-los se os mantivermos engaiolados.
Eles precisam de liberdade, mas nós somos seus donos e temos as rédeas em nossas mãos.

Assim como as estrelas recuam ante a majestade de Apolo, a indecisão, a incerteza e o medo devem se esconder ante a majestade dos nossos sonhos.

Viver não é preciso, mas sonhar é preciso.

Vô Márcio.


PARA MARIA ANTÕNIA
Neste dia dos seus 15 anos.

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