A MULHER E A LIBERDADE (márcio josé rodrigues)
Durante milênios o homem exerceu uma dominância hegemônica sobre a mulher, em aspectos que raiavam o absurdo da humilhação total, desprezo e até escravidão. Todas as religiões sempre primaram pela pregação das virtudes femininas como submissão, obediência, respeito, dedicação, fidelidade, enquanto ao homem era permitido tudo e até sua falta de caráter aplaudida como um desempenho digno de elogios a um macho dominante.
Para as mulheres ocidentais as cadeias que as prendiam a esses dogmas vêm há muito tempo se rompendo e suas consequências já são visíveis nos tempos atuais, coisas como o direito de votar e ser votada, jornada de trabalho, emprego, acesso à educação, lazer, mesmo que muitas barreiras de discriminação ainda precisem ser aplainadas, principalmente com as mulheres do islam.
Particularmente sou partidário da mulher e do homem livres e a família como único caminho para o equilíbrio emocional, espiritual e sociológico da humanidade.
Como cidadão defendo a igualdade da mulher em direitos individuais e coletivos, deveres distribuídos de acordo com a natureza de cada um, mesma dignidade como filhos feitos à imagem e semelhança de Deus, respeito, reconhecimento, apoio.
Como homem, adoro as diferenças, a pele macia, as linhas curvilíneas do corpo, a feminilidade, o timbre da voz, os ombros estreitos e os quadris sensuais, a graça no caminhar e outros atributos que nos completam e que fazem de dois, uma só unidade.
Com todo o reconhecimento, admito de público suas qualidades superiores, a para-normalidade de sua inteligência, sua tenacidade, persistência, resistência à dor e sua exclusividade em parir um novo ser.
Pena, que muitas dessas nossas irmãs não tenham entendido muito bem o que é liberação e, como no voo das mariposas, lancem-se muito avidamente às chamas tentadoras das ilusões.
Os contrastes são gritantes entre elas.
Enquanto umas galgam as universidades, o conhecimento, a participação política e administrativa, tornando-se agentes da evolução da sociedade, outra recorrem a fantasias que apenas produzem mudanças superficiais, que não as fazem mais gente, nem, mais felizes, seguindo cegamente as modas, os piercings e as tatuagens.
Uma excessiva valorização do corpo, escravidão ao mundo dos estilistas até à anorexia, idolatria cega até à histeria por indivíduos expostos na mídia, cirurgias plásticas desnecessárias, lipoaspirações, enxertos, implantes, mergulho no mundo do sexualismo, vida sem compromisso, glamour, envolvimento com drogas e álcool, numa ansiedade sem freios nem consequências, gravidez não planejada, abortos e depressão.
Lamento por estas e desejo que compreendam mais a vida e encontrem o caminho.
Continuo acreditando na mulher.
Sou apaixonado por elas e quero amá-las e respeitá-las por todos os dias da minha vida.