sábado, 13 de maio de 2017

Dona Quena (Lourival Mattos Rodrigues) professora.
Na foto, quando diretora em Gravatal - G.E. Grealdina Mariaia Tavares

 Cartinha com Endereço Céu.

Mãe, estamos doentes das emoções.
Estamos insatisfeitos, decepcionados, desiludidos, desorientados e infelizes.
Mãe, um grande psicólogo chamado Augusto Curie, que já vendeu mais de 20.000.000 – vinte milhões de exemplares de suas obras de fama mundial, afirma que a cada dois de nós, um está doente das emoções, sente medo, angústia, depressão, não se adapta mais ao meio em que vive e não se encontra a si mesmo. Então, somos quase 4 bilhões de doentes que nos atiramos a esperanças inexistentes nos smrtfones, tablets, redes sociais, shoppings ou encontros vazios para bebidas e drogas, mesmo as que, em solidão, consumimos em casa com receitas médicas autorizadas, mas nenhum desses meios nos acolhe ou nos consola. Nem os clubes, nem as igrejas, nem as os ritos tribais dos encontros musicais frenéticos, todos de algumas horas de apenas esquecimento, sim, porque estamos fugindo da consciência.
A sociedade atual afirma que família é coisa velha e acabada, que pai e mãe são figuras ultrapassadas, obsoletas e prejudiciais à nossa liberdade, e nos induzem a problemas mentais, insegurança e perda da personalidade.
Os poderes que dominam os povos desmantelam a família de pai, mãe e filhos, de maneiras sutis ou escancaradas, para nos manterem divididos, obedientes e fracos.
Mãe, desapareceu o aconchego fofo, daquele ninho tão único, o cheiro tão peculiar, o calor tão personalizado. Ah, e aqueles dois braços firmes e suaves cruzados sobre nossas costas trazendo junto um rosto inclinado sobre nossos ombros em contato com nossa face e um coração cantando sobre o nosso como se estivessem conversando.
Esta medicina, esta cura, esta felicidade concreta está se esvaindo do mundo.

Mãe, que falta, que vazio sem esperança, que saudade.

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