sábado, 6 de dezembro de 2014

A PLATEIA TEM DE ESTAR À ALTURA DO ARTISTA





O famoso regente orquestral brasileiro, cearense Eleazar de Carvalho, estudou música nos Estados Unidos onde se tornou Doutor em Música pela Washington State University.
Nos estados Unidos,  foi Dirigente Musical e regente da Saint Louis Sinphony Orchestra e atuou ao lado de monstros sagrados como Leonard Bernstein, a quem sucedeu após amorte. 
No Brasil regeu a Orquestra Sinfônica Brasileira do Rio de Janeiro, Orquestra Sinfônica de São Paulo e Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.
Conta-se que, certa vez, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro estava regendo Orquestra Sinfônica Brasileira num espetáculo clássico de gala, com a presença do então Presidente do Brasil, João Batista Figueiredo. Num dado momento o presidente começou a conversar com um ministro ao seu lado.
O maestro deu uma travada rigorosa na orquestra, largou a batuta e retirou-se do palco, encerrando o espetáculo, deixando Sua Excelência completamente “quadrado” diante da nação.

Quando ele era o maestro regente da OSPA de Porto Alegre, houve um festival internacional de corais em Montenegro, RS. O Coral Santo Antônio de Laguna era um dos pré-selecionados para o evento. No “grand finale”, o momento mágico da noite, todos os corais estavam reunidos em um só para entoarem o Hallelluja de Handel, sob a batuta da lenda viva Eleazar de Carvalho. O silêncio absoluto traduzia a tensão do esperado momento.
A música dominava majestosa, quando um inocente fotógrafo desavisado, pé ante pé, entra silenciosamente no palco em busca de um ângulo magistral e, PIMBA!
O maestro trava de chofre o gigantesco coral de mais de quatrocentas vozes e encerra a execução.
Só que desta vez ele foi condescendente. Esperou que o intruso se retirasse e recomeçou. Daí em diante tudo fluiu sem incidentes até o final, numa apresentação inesquecível, digna do aplauso interminável de uma plateia extasiada. 



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