foto e texto por Francisco Carlos Silva
ELA ME ENLOUQUECE:
- Vocês podem não acreditar, sem problemas, mas é a pura verdade. Olha o que passei nessa terça.
- Boa tarde, minha mãe...
- Oi, Chiquinho, tás bem, meu filho?....Tô morrendo de saudade de ti.
- Eu também, mãe...O que a senhora quer ganhar de Natal?
- Eu?
- É...
- Eu quero saltar de paraquedas...é verdade, não tô brincando.
- O que a senhora quer, mãe?
- Saltar de paraquedas, sempre tive vontade, com 87 anos faço o que quiser.
- Mãe, passa o telefone pra Ana Marta...
- Minha irmã, que coisa é essa, ela está ficando caduca?
- Não, meu irmão...ela só fala nisso...mais de dois anos.
- E aí?...
- Não sei, meu irmão...por mim deixava.
- Estás doida?....
- Ela tem 87, meu irmão, tem direito...
- Alô, mãe...mãe, coloca o celular bem no ouvido...
- Fala Chiquinho...
- Tudo bem, a senhora vai saltar com um instrutor, vou providenciar, fique tranquila, a senhora tem direito de fazer o que quiser...tudo mesmo.
- Obrigado, filho...muito obrigado, te amo. Mas tu vai comigo, né?
- Eeeuuuuuuuuuuuuuuu?
Francisco Carlos Silva é professor, academico (bacharelando) em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
sábado, 6 de dezembro de 2014
A PLATEIA TEM DE ESTAR À ALTURA DO ARTISTA
O famoso
regente orquestral brasileiro, cearense Eleazar
de Carvalho, estudou música nos Estados Unidos onde se tornou Doutor em Música
pela Washington State University.
Nos estados
Unidos, foi Dirigente Musical e regente da Saint Louis Sinphony Orchestra
e atuou ao lado de monstros sagrados como Leonard Bernstein, a quem sucedeu
após amorte.
No Brasil regeu a Orquestra Sinfônica Brasileira do Rio de
Janeiro, Orquestra Sinfônica de São Paulo e Orquestra Sinfônica de Porto
Alegre.
Conta-se que, certa vez, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro estava
regendo Orquestra Sinfônica Brasileira num espetáculo clássico de gala, com a
presença do então Presidente do Brasil, João Batista Figueiredo. Num dado
momento o presidente começou a conversar com um ministro ao seu lado.
O maestro deu uma travada rigorosa na orquestra, largou a batuta e
retirou-se do palco, encerrando o espetáculo, deixando Sua Excelência
completamente “quadrado” diante da nação.
Quando ele era o maestro regente da OSPA de Porto Alegre, houve um
festival internacional de corais em Montenegro, RS. O Coral Santo Antônio de
Laguna era um dos pré-selecionados para o evento. No “grand finale”, o momento
mágico da noite, todos os corais estavam reunidos em um só para entoarem o
Hallelluja de Handel, sob a batuta da lenda viva Eleazar de Carvalho. O silêncio absoluto traduzia a tensão do
esperado momento.
A música dominava
majestosa, quando um inocente fotógrafo desavisado, pé ante pé, entra
silenciosamente no palco em busca de um ângulo magistral e, PIMBA!
O maestro
trava de chofre o gigantesco coral de mais de quatrocentas vozes e encerra a
execução.
Só que desta
vez ele foi condescendente. Esperou que o intruso se retirasse e recomeçou. Daí
em diante tudo fluiu sem incidentes até o final, numa apresentação
inesquecível, digna do aplauso interminável de uma plateia extasiada.
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