domingo, 8 de janeiro de 2012

O SONO TRANQUILO DO JUSTO

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                                                                                                          por Márcio José Rodrigues

Dorme Sua Excelência
O sono do justo
(ou do justiceiro)
Sem culpa nem remorso
Na noite escura da sociedade
O estuprador estrangula
Mais uma menininha
Antes que os olhos embacem
Mostra-lhe o “habeas corpus”
Concedido por Sua Excelência
O matador profissional
Repete indefinidamente
A rotina macabra
Da chacina dos inocentes
Calando vozes clamantes
De justiça e abandono
Para Sua Excelência
Não satisfazem os brados
Das testemunhas
Das mães desesperadas
Das viúvas e dos órfãos
Nem das marcas gravadas
Em série como troféus
Na coronha da pistola
Outra Sua Excelência
Eleita e genocida
Rouba a verba das vacinas
Da construção do hospital
Da compra das ambulâncias
Porque Sua Excelência
Garante a impunidade
Quem trabalha
É punido com o pesado ônus
Das taxas e dos juros
Pois com eles
Sua Excelência
Não tem clemência
Senhor Deus
Este teu povo
Precisa mais que justiça
Precisa de vingança!

3 comentários:

Afonso Prates da Silva disse...

Meu decano amigo
Disse Publilio Siro: ( Iudex damnatur, cum nocens absólvitur.)
“ O Juiz se condena, quando absolve um culpado”.
Abraços e parabéns.

Anônimo disse...

Meu querido, tu és o cara!!!!
Parabéns e saúde.
Segue em frente.
Até...
Vaninho Faraco

DOCMARCIO disse...

O cara é você. Tenho o maior bem querer em ser teu amigo.